quinta-feira, 3 de abril de 2008

O Olho, A Luz e As Trevas

O interessante nessa procura espiritual é que vamos nos cercando de informações de diversas fontes e esquecemos realmente o básico, ou seja, aquilo que Jesus nos ensinou em sua vinda ao planeta Terra.

Em sua bem aventuranças o próprio Jesus através de parábolas fala de luz e trevas e como atingiremos o reino dos céus.

Mas, como bons terráqueos que somos só ficamos na palavra e esquecemos o essencial, ou seja, seu conteúdo.

Nessa procura de entendimento deparei-me com uma explicação muito simples dada por GOETHE, filósofo e poeta alemão do final do século dezenove.

Não é bem que é uma simplicidade a sua explicação é que ela é perfeitamente entendível a qualquer ser que procura compreender o que é Trevas e o que é Luz.

Sabemos pela própria Bíblia que luz é Deus a pontecialidade máxima que atingiremos um dia em nosso crescimento ao retorno e volta a Casa do Pai (estória do filho Pródigo).

Uma antiga escola jônica, sempre repetiu que o igual é capaz de reconhecer o igual.

Se pararmos para pensar é exatamente isso o que procuramos o divino, a luz, Deus.

GOETHE em seu livro a Teoria das Cores ela fala um pouco e claramente sobre isso. Ele fala da luz e das trevas, mas coloca um elemento a mais nessa comparação o que deixa mais claro a explicação, que são os olhos.

Segundo GOETHE
Dissemos que a natureza inteira se manifesta através das cores ao sentido dos olhos. Agora, afirmamos, mesmo que pareça um tanto estranho, que o olho não enxerga forma alguma, pois claridade, escuridão e cor perfazem tudo o que distingue, para os olhos, o objeto do objeto, e as partes do objeto entre si. Assim constituímos destes três o mundo visível, ao mesmo tempo possibilitando a pintura que, por seu lado, é capaz de produzir, na tela, um outro mundo visível que pode ser muito mais perfeito do que o mundo real.
O olho agradece sua existência à luz. É a luz que provoca, em indiferentes e subordinados órgãos de ordem animal, um órgão que seja igual a ela; assim, o olho se forma pela luz para a luz, para que a luz interior venha encontro da luz exterior.

Aqui observamos claramente o que ele quer dizer, ou seja, os olhos são apenas um órgão dos sentidos. Ele na existe se não existir a luz e as trevas. E o crescimento do indivíduo só ocorre na medida que o seu entendimento interno (luz interna) vá de encontro com as coisas de Deus (luz externa).

Essa colocação e realidade é muito sábia.

Recordemos também que um antigo místico Plotino, que reproduzimos em versos suas palavras.
Se o olho não fosse solar,
Como poderíamos a luz avistar?
Se não vivesse em nós a força de Deus,
Como poderia o divino nos entusiasmar.

Ninguém vai negar o parentesco direto da luz e dos olhos; muito mais difícil, porém, é pensar os dois como sendo idênticos. No entanto, isto se torna mais compreensível pela afirmação de que no olho habita uma luz em repouso, que é incitada pelo mínimo estímulo interior ou exterior. Somos capazes de evocar diante de nós, na escuridão, pelo poder solicitador da imaginação, as mais luminosas imagens. Em sonhos, os objetos nos aparecem como o fazem á plena luz diurna. No estado de vigília, percebemos a mais ínfima atuação da luz exterior; e mais: quando o órgão sofre o estímulo mecânico, instantaneamente surgem luz e cores.

Por ora, dizemos apenas o seguinte: para a gênese da cor são necessárias a luz e a treva, o claro e o escuro, ou ainda, se quisermos usar uma fórmula mais generalizada: luz e não luz.

Esta frase resume um aspecto fundamental da cromatologia de GOETHE: a treva – ao lado da luz – é considerada como uma entidade positivamente existente, dotada de qualitatividade própria.

Vicente Chagas

Fonte:- O Cosmo das Cores – Gunter Kollert

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